quinta-feira, 18 de junho de 2009

Profissional sem diploma

Já faz um tempo que é discutida, no Supremo Tribunal Federal (STF), a exigência ou não do diploma para o exercício do jornalismo e, na última quarta-feira (17), oito ministros mais o presidente do Tribunal, Gilmar Mendes, se reuniram novamente para colocar um fim neste assunto.

Por oito votos a um, foi decidido que para o exercício da profissão não será obrigatório que o jornalista tenha diploma. De acordo com o presidente do STF e relator do processo, "a formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros".

O único voto em favor da obrigatoriedade do diploma foi do ministro Marco Aurélio de Mello, que justificou seu voto dizendo que toda profissão é passível de erro, porém no jornalismo, "penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral", disse Mello.

Para a advogada do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Sertesp) Taís Gasparian, "mais do que indesejável, a exigência do diploma para jornalistas é impraticável. Como se proibirá o exercício da disseminação da informação pela internet?" Ela também acrescentou que "[o jornalismo] é uma profissão intelectual ligada ao ramo do conhecimento humano, ligado ao domínio da linguagem, procedimentos vastos do campo de conhecimento humano, como o compromisso com a informação, a curiosidade. A obtenção dessas medidas não ocorre nos bancos de uma faculdade de jornalismo".

Já para o advogado da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) Roberto Egydio, "[a exigência do diploma] consagra a fugura do colaborador, inclusive remunerado... Não é exigido diploma para escrever em jornal, mas para exercer em período integral a profissão de jornalista”, completou.

Talvez a não exigência do diploma seja um retrocesso na história do jornalismo nacional, já que no início da imprensa no Brasil qualquer pessoa podia se considrar jornalista.

2 comentários:

  1. Olá Gui...estou lendo seu blog por indicação de uma amiga e gostei da qualidade dos seus textos...parabéns.
    Sobre este em particular quero me manifestar pois sou jornalista profissional formado em universidade do estado (Unesp), e me senti ultrajado com a decisão do STF.
    Os argumentos dos senhores juízes até que podem ter sua sustentação, mas como ficam os inúmeros jornalistas que como eu investiram dinheiro, tempo e até mesmo sua saúde em fazer cursinhos, pagar aluguel de república, alimentação, material e tudo mais?
    Ok, vamos liberar a profissão pra qualquer um? Então me devolvam "com juros e correção monetária" tudo que investi nestes longos 4 anos...e tudo certo! O mercado irá selecionar os melhores...só que no "meu tempo" o acesso até este mercado era resultado de muito esforço.
    Sandro Rodrigues (diplomado no peito e na raça)

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  2. ao contrario do bonitão aí em cima, penso que a midia informativa deva ser livre para qualquer um exercer, um diploma nada indica, ja que muitos "playboys" fazem milhões de cursinhos e pagam por este diploma, mas nada tem a acrescentar ao povo, e são meros "playboys diplomados", para está profissão em particular creio que um diploma só ajuda no aprendizado para com a escrita, muitos jornalistas vão para o lado do sensacionalismo, prova disso não preciso postar é só ler os jornais sangrentos e a televisão alienadora, por outro lado tem os que realmente se preocupam com a atual situação do mundo e fazem da midia um porta voz dos desfavorecidos e dos males do planeta... Os que são contra essa decisão do estado são aqueles que não tem capacidade real de exercer a profissão e culpa aqueles que a praticam sem um diploma, assim veem como concorrentes e não parceiros de trabalho em prol da nação os menos desfavorecidos que nunca tiveram a chance de ir pruma universidade...Esquecem para que a midia informativa foi feita... Nada contra os que tem diploma, ao contrario tudo a favor daqueles que tiveram a chance de conquista-lo ], ja que a situação do pais não é nada boa, vale lembrar que diversos escritores e pensadores tanto do passado como os de agora nunca frequentaram uma faculdade, não por falta de interesse, mas por diversos outros motivos, e estes muito considerados.

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